domingo, 21 de novembro de 2010

Visita às Exposições de Aveiro

Hoje fui visitar duas exposições em Aveiro, organizadas pela Associação Ornitológica de Aveiro e pelo Clube Ornitológico de Antuã. Ambas foram organizadas no Parque de Exposições de Aveiro, decorrendo em pavilhões distintos. Mais uma vez a falta de diálogo ou bom senso, impediu que fossem organizadas em conjunto, o que é pena, pois seria uma exposição de grande nível. Não importa aqui dissecar quem tem razão ou os motivos para a desunião dos dois clubes, pois isso é irrelevante e subjectivo, aquilo que, na minha opinião de aficionado, resulta é que se perdeu uma boa oportunidade de se iniciar uma exposição fortíssima no centro norte do país.
Quanto às exposições em si, os lugares eram fantásticos, com condições para receber um campeonato nacional. As organizações funcionaram bem, com pouco de relevante a apontar. Quanto às aves, gostei da qualidade exibida que, regra geral, se pautou pelo equilíbrio nas pontuações e por aves bem pontuadas. Na Exposição do COA admirei a quantidade e qualidade dos vermelhos e de alguns lizards expostos, bem como a diversificidade dos exóticos.
A melhor parte foi o encontro com os amigos Ricardo Ferreira, Sr. Ernesto e Vitor Correia (que concorreram na exposição da AOA com bons resultados). Depois de visitarmos a exposição da AOA fomos almoçar, juntamente com um "intruso", Sr. José Rodrigues. Para não variar o prato forte foi passarinhos, tendo-se debatido os resultados obtidos no presente ano e as aquisições e novidades para o ano que se avizinha.
Por fim a visita à Exposição do COA, onde se deitou o olho ao espectáculo de araras e se trocaram impressões com outros criadores conhecidos que iam aparecendo. A tarde já ia longa e fiz-me ao caminho, para inveja dos restantes camaradas que tiveram de esperar pela entrega das suas aves. Mais uma vez se provou que os passarinhos são, muitas vezes, o pretexto para um dia bem passado, juntamente com amizades que se vão fazendo e cimentando com os anos.
PS- A reportagem fotográfica ficou a cabo do Ricardo Ferreira, podendo brevemente ser consultada no seu blog (www.ricardo-kardus.blogspot.com).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Para refletir

A Ornilogia Portuguesa tem, em termos associativos, muito a aprender com outras modalidades. Efectivamente, quando comparamos a ornitologia e a sua "irmã" Columbófilia, notamos que estamos muito, mas mesmo muito atrasados. Este atraso deve-se à falta de um quadro competitivo que poderia e devia ser organizado pela Federação, sendo certo que só uma podia existir, acabando-se de uma vez por todas com a aberração hoje existente. Não sei e não quero saber quem tem razão, mas aquilo que posso desinteressadamente constatar é que existem interesses de meia dúzia de senhores para que o poder se encontre tripartido. Se perguntarem aos comuns criadores (que são quem sustenta as federações) todos concordam que a Federação devia ser uma só e se assim não é, algo de muito errado se passa.
A existência de uma Federação única podia, para além de concurso a subsídios estatais, organizar um novo quadro competitivo em Portugal, que podia bem passar por campeonatos distritais (cada clube ou associação do distrito, alternadamente, organizava o seu campeonato), quatro campeonatos internacionais (norte, centro, sul e ilhas) organizados pelo clube ou clubes que a eles se candidatassem e um campeonato nacional. Seriam fixadas regras e períodos para a sua realização. Nas restantes exposições de aves, não haveria julgamentos apenas e só mostra de aves.
A maioria dos clubes e associações vive hoje em dia com o drama de existir pouca disponibilidade dos associados em contribuir/ajudar em toda a logística que uma exposição envolve, pelo que tudo acaba por recair em dois ou três carolas que abdicam de muito em prol do clube que representam. A questão que se coloca é que estes carolas vão-se fartando, chateando, até que mais dia menos dia, acabam por bater com a porta. Este bater com a porta poderá conduzir à extinção de muitos clubes, o que não deixa de ser preocupante, tal a importância que a sua proximidade representa para o criador (em termos de informações diversas, requisição de anilhas, etc). Organizar um campeonato distrital com três ou quatro mil aves é completamente diferente de organizar um campeonato com mil aves, permitindo uma maior adesão de lojistas, patrocinadores, etc, ou seja, gera uma maior receita que viabilizaria a contratação temporária de pessoas para fazer as tarefas que hoje em dia recaem nos tais carolas. Além disso, os criadores seriam premiados como campeões distritais, vice-campeões, etc, o que não deixaria de ser mais relevante que a actual conjuntura, para além, obviamente, de se aumentar a competitividade.
Talvez um dia, as consciências sejam sacudidas e passemos a ter na ornitologia uma modalidade organizada, um pouco à semelhança da Columbófilia.