quarta-feira, 13 de abril de 2011

Fim da primeira postura



Terminou a primeira postura e conto com oitenta e uma aves anilhadas. Não sendo extraordinário, não me posso considerar insatisfeito. Existiram machos que não galaram, fêmeas que não alimentaram, fêmeas que rejeitaram aves após a colocação das anilhas, enfim, um sem número de contingências que, no meu canaril, assumem, ano após ano, um carácter de regularidade. Sinceramente, não acredito em alguns criadores que escrevem que não têm ovos goros, que as suas ninhadas são todas de quatro ou cinco aves, que todas as suas fêmeas alimentam bem, etc. Aliás, só acredito se vir, porque sei o que me acontece a mim e à esmagadora maioria dos criadores que conheço, embora admita que em situações de meia dúzia de casais isso possa acontecer.

Após uma inspecção às aves nascidas, tive que eliminar cinco aves que se apresentavam debilitadas ou com deficiências graves. Eu sei que parece cruel, mas estou apenas a proceder a uma selecção que, não fosse a criação em cativeiro, seria natural. Uma cria que não desenvolve como os irmãos e que é passada para uma família "adoptiva" com crias de tamanho idêntico ao seu e que mesmo assim, passados dois ou três dias, continua a ficar para trás, tem necessariamente um problema e, mais tarde ou mais cedo, acaba por morrer. No fundo, aquilo que faço é antecipar essa fatalidade, cujo nome clínico é eutanásia. Antigamente, fazia os possíveis e impossíveis para salvar todas as aves que podia, mas já conclui que todas ou quase todas acabavam por morrer, fosse passado algumas semanas ou mais tarde na muda da pena, pelo que não vale a pena estar a perder tempo (que neste hobby é sempre precioso) e dinheiro (nas medicações), para além de não desgastar desnecessariamente os reprodutores.

Quanto às aves nascidas, tenho um número muito significativo de lizards e poucos féos puros, começando a notar-se a qualidade de algumas aves em detrimento da falta de qualidade em algumas. Não podem nascer todos campeões, não é verdade?