quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Falta de criadores de canários clássicos

Aquilo que tenho constatado ao longo dos últimos anos é a falta de criadores de canários clássicos, ágatas, isabéis, castanhos e negros. Talvez porque o valor comercial dessas aves fosse diminuto, o certo é que a maioria dos criadores começou a desenvolver linhas conexas, como topázios, opalas, féos, onix, cobaltos, etc e os bons exemplos de aves clássicas homozigóticas foram desaparecendo. Não é raro encontrarmos aves clássicas em exposição que só o são no fenotipo, pois o seu genotipo porta uma outra raça.
Sabendo-se da importância que desempenham as aves clássicas na formação dos diversos plantéis, creio que, mais cedo ou mais tarde, o seu preço irá disparar.
Espero que os "carolas" que vão mantendo a criação destas aves o continuem a fazer, pois, seguramente, o seu trabalho sairá recompensado a curto/médio prazo. Muitas vezes criadores de clássicos confidenciam-me que, se não vendem as aves a outros criadores, têm grandes dificuldades porque as lojas não os querem. Para eles as minhas palavras de incentivo e um conselho a outros criadores: procurem aves clássicas em criadores que se dediquem exclusivamente a elas, porque adquirir uma ave que no seu fenotipo seja clássica, mas que porte uma outra raça poderá arruinar o trabalho que se pretende obter. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Erros nos julgamentos

Como já tinha referido fiquei algo surpreendido com os resultados por mim obtidos na exposição do Clube Ornitológico de Tondela e aguardava apenas que me chegassem as aves e as correspondentes fichas de julgamento para me pronunciar. No passado sábado os amigos Ricardo Ferreira e o Sr. Ernesto (da Associação Ornitológica de Coimbra) entregaram-me as aves e as fichas.
Estive a analisar as mesmas e não posso concordar minimamente com a avaliação que foi feita. Começo a pensar que os juízes por falta de conhecimentos ou tempo aplicam "chapa 5" e não respeitam minimamente os critérios de julgamento, o que significa, manifestamente e no minimo, falta de rigor! Há que acabar com julgamentos apressados, com juízes formados em cima do joelho e outros males que, infelizmente, vão aparecendo nos julgamentos. Se um juíz julga mal, tem que haver uma sanção, porque é muito bonito e dá um certo jeito em algumas circunstâncias dizer que se é juíz, mas se na prática não demonstram a sua competência, mais vale deixarem de o ser. Sempre respeitei as decisões que eles tomam, até porque algumas são muito subjectivas, mas não posso deixar de dar conta de alguns erros que constatei.
1.º Nos féos, por exemplo, a melanina é a rubrica mais importante, valendo 30 nos 100 pontos. Dos treze féos que enviei doze tiveram vinte e seis e apenas um vinte e sete, o que não deixa de ser muito estranho, pois com toda a certeza há aves que têm um desenho melhor que outro e foram quase todos julgados na mesma bitola.
2.º Um dos féos vermelho mosaico vinha com uma anotação "bicolor", o que, sinceramente não percebi. Seria por se tratar de um féo vermelho marfim mosaico? Na análise ao lipocromo da ave não noto diformismo...
3.º Enviei dois féos vermelhos, um nevado e dois intensos. Na ficha de julgamento de um dos intensos aparece uma mudança de classe, de intenso para nevado. Sinceramente, acredito que tenha sido um erro, pois não quero acreditar que o juíz tenha mudado a classe da ave e julgasse um intenso como se fosse nevado.
4.º Uma das aves que tinha mais expectativas era um féo amarelo nevado, tal como tinha referido, teve 86 pontos e após analisar a ave com um amigo que, por acaso, até já foi campeão nacional, pude constatar que se tratou de mais um lapso. Se aquela ave vale 86 pontos, gostava de ver aves com 90 pontos julgadas com tamanho rigor, porque devem ser perfeitas!
5.º Por fim, nos lizards prateados, já com outro juíz, uma das rubricas vem rasurada, ou seja, o juíz emendou a avaliação naquele item. Sinceramente, preferia que a ficha de julgamento não viesse rasurada, para não dar azo a más interpretações.
Relativamente aos lipocromos amarelos mosaicos e aos lizards dourados não faço quaisquer considerações, porque haviam aves de outros criadores a concurso nas citadas classes e considero deselegante faze-lo, até porque não observei as outras aves.

Este meu post é apenas um alerta. Tenho o máximo respeito pelos juízes, só peço é que estes façam o seu trabalho com o maior brio possível. Erros sempre existiram e existirão. Avaliações subjectivas também. Que a ornitologia continue a progredir em Portugal, como tem progredido nos últimos anos, em todos os aspectos!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Meus resultados na Exposição do Clube Ornitológico de Tondela

Eis os resultados obtidos na exposição do Clube Ornitológico de Tondela:

Lipocromo Amarelo Mosaico Fêmea - 1.º lugar (90 pontos);
Féo Vermelho Nevado - 1.º lugar (89 pontos);
Féo Amarelo Mosaico Macho - 1.º lugar (89 pontos);
Lizard Prateado - 1.º e 2.º lugares (90 e 89 pontos).

Os resultados ficaram bastante aquém das minhas expectativas, apesar de, como já tinha escrito, estas não serem muito elevadas. Principalmente nos féos fiquei bastante desiludido, mas aguardo com bastante curiosidade verificar o estado das aves e confrontá-las com as fichas de julgamento. Não quero colocar nada em causa, mas tinha bastante esperança num féo amarelo nevado que foi julgado com 86 pontos (o que é sintoma de ave fraquíssima), em comparação com uma fêmea féo branca dominante que teve 88 pontos e que julgo ser de qualidade manifestamente inferior. Como já referi... terei que esperar para ver e para me pronunciar com maior rigor, sendo certo que erros todos cometemos, começando pelos criadores e acabando nos juízes... Pode ter acontecido algum factor que desconheça em absoluto, como as aves não se adaptarem às gaiolas ou ao local, mas, como já referi, até ver, são tudo especulações...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Exposição do COT

Irei participar na próxima exposição organizada pelo Clube Ornitológico de Tondela. Será a primeira vez que irei participar na citada exposição, juntamente com alguns amigos da Associação Ornitológica de Coimbra, nomeadamente o Ricardo, o Pita, o Sr. Ernesto e o Alexandre Gomes.  
As expectativas não são grandes, porque continuo a debater-me com a muda prolongada o que impede que a apresentação das aves seja a melhor. Algumas aves de que gosto particularmente não estão minimamente em condições de participar e ficarão em casa. Tenho pena, sobretudo, de um excelente macho féo branco (cuja foto já coloquei há uns tempos) e de três lizards (dois dourados e um prateado) que estou certo iriam "marcar" bem. São aves que ficarão em casa para reprodução.
Enfim, vamos esperar para ver os resultados. Inscrevi vinte e duas aves e existem algumas em que deposito muita confiança em resultados positivos, outras nem tanto. Vamos ver qual a opinião dos juízes e é sempre interessante verificar as fichas de julgamento e conferir a opinião de terceiros com a nossa opinião enquanto criadores. Se o julgamento for bem feito (o que acredito vá ser o caso), o criador também aprende no que errou e no que está a fazer bem. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Alimentaçao nas exposições

Este ano ainda não tive oportunidade de visitar nenhuma exposição, mas tenho visto fotos de várias que já se realizaram e há um aspecto que me deixa preocupado pelas fotos que visualizo, concretamente um certo desleixe das organizações, nem todas é certo, na alimentação das aves. Noto que os comedouros estão cheios até cima e a metade superior está repleta de cascas, ou seja, as aves não têm acesso às sementes que se encontram na parte inferior dos comedouros. Também li relatos de criadores que se depararam com aves suas com falta de água! Este aspecto tem que ser revisto pelas organizações destes eventos, porque este aspecto não pode, de forma alguma ser descurado!
Já me aconteceu há uns anos, enviar aves a uma exposição, não citando qual para não ferir susceptibilidades, e qual não foi o meu espanto quando a fui visitar ver as minhas aves com o comedouro vazio, ou melhor, cheio de cascas. Fui a um lojista comprar sementes e comecei a encher os comedouros das minhas aves. Fui interpelado por um organizador que com maus modos se dirigiu a mim afirmando que a alimentação era da responsabilidade da organização. Eu respondi-lhe que se era, então a organização era negligente e se não podia alimentar as minhas aves pegava nelas e retirava-as da exposição, porque não admitia falha tão grosseira (apesar de ser anti-regulamentar). A discussão subiu de tom, até que um amigo comum (pertencente à organização) me deu razão e rapidamente deu instruções para alimentarem todas as aves.  
Bem sei que existe muito trabalho nestes eventos, mas o bem-estar das aves, a sua alimentação, deve sobrepor-se a tudo! O recado está dado!