segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Erros nos julgamentos

Como já tinha referido fiquei algo surpreendido com os resultados por mim obtidos na exposição do Clube Ornitológico de Tondela e aguardava apenas que me chegassem as aves e as correspondentes fichas de julgamento para me pronunciar. No passado sábado os amigos Ricardo Ferreira e o Sr. Ernesto (da Associação Ornitológica de Coimbra) entregaram-me as aves e as fichas.
Estive a analisar as mesmas e não posso concordar minimamente com a avaliação que foi feita. Começo a pensar que os juízes por falta de conhecimentos ou tempo aplicam "chapa 5" e não respeitam minimamente os critérios de julgamento, o que significa, manifestamente e no minimo, falta de rigor! Há que acabar com julgamentos apressados, com juízes formados em cima do joelho e outros males que, infelizmente, vão aparecendo nos julgamentos. Se um juíz julga mal, tem que haver uma sanção, porque é muito bonito e dá um certo jeito em algumas circunstâncias dizer que se é juíz, mas se na prática não demonstram a sua competência, mais vale deixarem de o ser. Sempre respeitei as decisões que eles tomam, até porque algumas são muito subjectivas, mas não posso deixar de dar conta de alguns erros que constatei.
1.º Nos féos, por exemplo, a melanina é a rubrica mais importante, valendo 30 nos 100 pontos. Dos treze féos que enviei doze tiveram vinte e seis e apenas um vinte e sete, o que não deixa de ser muito estranho, pois com toda a certeza há aves que têm um desenho melhor que outro e foram quase todos julgados na mesma bitola.
2.º Um dos féos vermelho mosaico vinha com uma anotação "bicolor", o que, sinceramente não percebi. Seria por se tratar de um féo vermelho marfim mosaico? Na análise ao lipocromo da ave não noto diformismo...
3.º Enviei dois féos vermelhos, um nevado e dois intensos. Na ficha de julgamento de um dos intensos aparece uma mudança de classe, de intenso para nevado. Sinceramente, acredito que tenha sido um erro, pois não quero acreditar que o juíz tenha mudado a classe da ave e julgasse um intenso como se fosse nevado.
4.º Uma das aves que tinha mais expectativas era um féo amarelo nevado, tal como tinha referido, teve 86 pontos e após analisar a ave com um amigo que, por acaso, até já foi campeão nacional, pude constatar que se tratou de mais um lapso. Se aquela ave vale 86 pontos, gostava de ver aves com 90 pontos julgadas com tamanho rigor, porque devem ser perfeitas!
5.º Por fim, nos lizards prateados, já com outro juíz, uma das rubricas vem rasurada, ou seja, o juíz emendou a avaliação naquele item. Sinceramente, preferia que a ficha de julgamento não viesse rasurada, para não dar azo a más interpretações.
Relativamente aos lipocromos amarelos mosaicos e aos lizards dourados não faço quaisquer considerações, porque haviam aves de outros criadores a concurso nas citadas classes e considero deselegante faze-lo, até porque não observei as outras aves.

Este meu post é apenas um alerta. Tenho o máximo respeito pelos juízes, só peço é que estes façam o seu trabalho com o maior brio possível. Erros sempre existiram e existirão. Avaliações subjectivas também. Que a ornitologia continue a progredir em Portugal, como tem progredido nos últimos anos, em todos os aspectos!

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