sábado, 22 de dezembro de 2012




Votos de Feliz Natal! 

PS- Agora percebem porque crio Lizards (lagartos)! :)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Campeonato Nacional

Decorreu no passado fim-de-semana o campeonato nacional. Apesar de não ter participado, nem ter visitado o certame, as informações que me têm chegado é que a organização esteve exemplar. A todos os meus sinceros parabéns. Igualmente gostaria de endereçar os meus parabéns a todos os participantes, especialmente aos consócios dos clubes dos quais sou associado (AOC e COBL) que dignificaram e muito a ornitologia do centro do país, demonstrando que, ao contrário do que sucedia há alguns anos, salvo raras e honrosas excepções, também no centro do país há bons criadores e a ornitologia evoluído bastante.  

A todos os que participarem no próximo Mundial, votos de boa sorte, sabendo-se, de antemão, que dado o mesmo se realizar na Bélgica implicará maior dificuldade na obtenção de medalhas. Efectivamente, o certame ocorrerá em solo da maior potência mundial da ornitologia (em minha opinião) e ficará perto de outros países "fortes" como Alemanha, França, Holanda e Itália. Estou em crer que iremos alcançar menos medalhas que em anos anteriores, mas espero bem estar enganado!


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ano sem exposições

Desde 2006 que tenho concorrido em exposições, mas este ano resolvi não o fazer. Por um lado, as criações não correram como desejado e, como consequência, os exemplares foram poucos e a qualidade, necessariamente, disso se ressente e, por outro lado, tenho um problema no meu canaril que consiste no aquecimento do mesmo e vai retardando a muda da pena das aves, ou seja, começam a mudar mais tarde e têm uma muda mais lenta. Este ano, por exemplo, a muda prolongou-se até inícios/meados de Novembro, o que me impediu de levar alguns exemplares às exposições dos clubes a que pertenço, pois entendi que não estavam a 100%. Espero ter melhor sorte para o próximo ano...

Neste momento, já tenho os machos separados nas gaiolas de criação, enquanto as fêmeas permanecem nas voadoras. Julgo que esta prática é a ideal, pois os machos não entram em disputas desnecessárias e vão estimulando o canto, as fêmeas em espaços maiores não vão entrar no ciclo reprodutivo tão cedo o que é o desejado.


Este ano penso iniciar a criação entre a segunda quinzena de Fevereiro e os inícios de Março, não desejando que esta época se prolongue muito tempo, sendo que alguns dos casais, em condições normais, só irão efectuar duas posturas.




Em principio irei criar com 37 casais, sendo 10 de lizards, 5 de amarelo mosaico, 6 de féo vermelho, 4 de féo amarelo, 4 de féo branco, 5 de féo vermelho mosaico e 3 de féo amarelo mosaico.

Espero que as coisas corram bem melhor e que para o ano possa regressar às exposições, porque no fundo, esse é um aliciante extra neste hobby.


sábado, 10 de novembro de 2012

O cruzamento de lipocromos mosaicos com intensos ou nevados


Este artigo foi escrito pelo Sr. Carlos Lima e publicado no fórum do canariculturatuga. Dado o seu valor e com o consentimento do seu autor, publico aqui o teor do mesmo.

Carlos Lima:
"Resolvi escrever sobre o comportamento genético e a sua selecção do canário mosaico partindo de outras variedades (vermelhos e nevados lipocromos).

Assim o seu comportamento genético e a sua selecção é devido a um factor recessivo e ligado ao sexo.No entanto as regras de transmissão hereditária é dominante em confronto com a categoria selvática (existente na natureza)nevada e recessivo em confronto com a mutação intensa.

Para melhor esclarecer o acima citado o criador quando procede aos acasalamentos,com aves intensas que sejam portadoras do factor mosaico,durante algumas gerações acontece que os resultados obtidos não são positivos(as aves não são de qualidade).

E porquê?

Os genes que se acumulam nos canários intensos persistem em ficar durante alguns anos.O cruzamento do canário mosaico com os canários nevados ´não é aconselhável pois são duas linhas selectivas completamente

antagónicas apresentando máxima uniformidade nas nevados,máximo contraste nos mosaicos.Ao contrário quando acasalamos Nevado X Nevado,estamos confrontados com um efeito degenerativo.

Sendo o canário mosaico homozigoto quando acasalado Mosaico X Nevado,pois obtemos toda uma geração de mosaicos mas de péssima qualidade expositiva.

No entanto se o mosaico é heterozigoto (portador)teremos 50% ded canários nevados de péssima qualidade,apresentam uma forte nevadura visível em várias partes do manto,dorso,faces,colar,flancos e abdómen no entanto permitindo-nos definir a sua categoria

O acasalamento de Mosaico X Intenso/ Nevado é deveras absurdo mesmo que os intensos sejam de óptima qualidade,pois os canários irão apresentar efeitos degenerativos.

Depois desta expl,icação,feita de uma maneira simples assim teremos em síntese:

1-Macho não mosaico X Fêmea Mosaico
-Não temos qualquer ave Mosaica, no entanto os jovens machos terão apenas um factor que denominamos de simples factor mosaico e as fêmeas serão não mosaicas.
2-Machos com simples factor mosaico X Fêmeas não mosaicas
-Metade dos jovens canários machos apresentam o simples factor mosaico ou seja em definitivo 50% de jovens machos e fêmeas não mosaicas.

-50% de machos com simples factor mosaico e fêmeas não mosaicas

-50% de machos com simples factor mosaico e fêmeas mosaicas
3-Machos com simples factor mosaico X Fêmeas mosaico

-jovens machos com simples factor mosaico

-jovens machos com duplo factor mosaico

-jovens fêmeas 1/2 mosaicas e 1/2 não mosaicas

Nota:este cruzamento em contrapartida obtemos uma maior descendência com as características hereditárias do factor mo
4-Machos com duplo factor mosaico X Fêmeas não mosaicas
-jovens machos com simples factor mosaico

-jovens fêmeas mosaicos

5-Machos com duplo factor mosaico X Fêmeas mosaico

-jovens machos com duplo factor mosaico

-jovens fêmeas mosaicas


Assim,o criador deve seguir uma linha de orientação selectiva.

Então quais são as características dos reprodutores para um ponto de partida?

A resposta é simples:

Fêmeas mosaico de óptima qualidade .

As fêmeas representam uma enorme importância na selecção do canário mosaico.Devemos escolher para o nosso plantel com estas característica:

O desenho da cabeça- deve ser constituído por uma estreita e nítida linha ocular bem colorida finamente desenhada e bem visível no prolongamento do olho.

Ombros-As zonas de eleição serão bem marcadas e delimitadas,o lipocromo será intenso e não demasiado estendido, Remiges e rectrizes o mais branco possível.

Uropigio- o lipocromo será intenso e bem delimitado

Peito-deve mostrar uma ligeira coloração,que não deverá em caso algum continuar em direcção à garganta,aos flancos ou ao baixo-ventre

Nota:Na cauda é tolerada uma ligeira coloração.

Os machos devem apresentar:

Desenho da cabeça-uma máscara bem delimitada e o lipocromo intenso

Ombros-As zonas de eleição serão bem marcadas e bem delimitadas,o lipocromo será intenso e não demasiado estendido.As remiges serão o mais branco possível

Uropígio-o lipocromo será intenso e bem delimitado

Peito-deve apresentar uma zona triangular evidente bem colorida e bem separada da máscara e dos flancos

Dorso- É tolerado uma ligeira transpiração do lipocromo

Nota:É excepcionalmente tolerada uma ligeira coloração na cauda

Nos acasalamentos o criador deve trabalhar através de uma linha familiar (plantel próprio)como forma de obter um padrão estável hereditário o melhor possível,isto significa recorrer aos acasalamentos se possivel como abaixo referencio:

FORMAÇÃO DE UM PLANTEL PRÓPRIO

Para o iniciarmos adquirimos pelo menos um macho e três fêmeas

Assim teremos:

Macho simbolo X

Fêmeas A1 B1 e C1

1º Ano

Macho com o símbolo X com as Fêmea A1 -B1-C1

Resultados:

Machos F1- F2 -F3

Fêmeas F1-F2-F3

Machos e fêmeas são pois o ponto de partida para então criarmos três linha completamente distintas.

En cada um dos grupos escolhemos os melhores exemplares sem qualquer defeito e mantemos igualmente as fêmeas (irmãs)que sejam portadoras dos mesmos factores hereditários da côr.

2ª. ANO

Macho MF1 acasalado com as fêmeas F2 e F3 pasamos a denominala LINHA nº.1

Macho MF2 acasalado com as fêmeas F1 e F3 passamos a denominála LINHA nº.2

Macho MF3 acasalado com as fêmeas F1 e F3 passamos a denominala LINHA nº. 3

Resultados:

Obtemos jovens canários (linha nº1 )machos e fêmeas que denominamos MF4 e MF5

Obtemos jovens canários (linha nº.3)machos e fêmeas que denominamos MF6 e MF7

Obtemos jovens canários (linha nª.2)machos e fêmeas que denominamos MF8 e MF9

Fazemos idêntica selecção igual à do primeiro ano ,com a diferença que não se cruzam mais as linhas ,seguindo o esquema a aplicar:

LINHA nº.1

Machos -MF4 X Fêmeas MF5

Machos -MF5 X Fêmeas MF4

LINHA nº.2

Machos MF6 X Fêmeas MF7

Machos MF7 X Fêmeas MF6

Os jovens canários nascidos neste terceiro ano de cruzamentos (MF10 a MF15 dão-nos os resultados pretendidos visto possuirmos as caracteríticas idênticas aos reprodutores utilizados.

Como nota final devo informar que apenas referenciei os acasalamentos para exposição como tal e uma vez que existem duas linhas no factor mosaico(Linha macho e Linha Fêmea)as fêmeas da primeira linha devem ter as caracteristicas da linha fêmea apenas no que diz respeito às marcações da cabeça são diferentes(mascaras se possível semelhantes aos machos sem serem partidas na fronte)

Quanto aos machos da linha fêmea devem possuir as caracteristicas das fêmeas havendo apenas diferenças na mascara que deve ser mais pequena e partida na fronte.

Tentei ser o mais explicito possível e espero que este texto possa melhorar os vossos planteis.

Cumprimentos"

Muito obrigado Sr. Carlos Lima por me ter autorizado a publicação deste seu artigo no meu blogue. O desenvolvimento da canaricultura faz-se também com a troca de informação!



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Aves de trabalho?

Esta minha postagem deve-se, essencialmente, ao facto de estar muito em voga a expressão aves de trabalho. Muitos blogues e fóruns que sigo e participo com atenção mencionam, ultimamente, esta expressão com regularidade.

Por ave de trabalho entende-se uma ave que fugindo ao standard da raça em alguns vectores, tem uma ou mais características muito vincadas que se pretende introduzir no plantel. Daí que não sendo uma ave com qualidade de exposição, muitos criadores aproveitam estas aves para explorar essas ditas caracteristicas, esperando que a descendência dessa ave tenha essas caracteristicas de uma forma notória, mas que se aproximem mais do standard da raça.
Não confundir aves de trabalho com portadores, embora os prepósitos sejam os mesmos, quando se fala em aves de trabalho falamos de canários de raça definida, enquanto os portadores não o são (embora muitas vezes se confundam com as aves clássicas de onde provêm).

Aquilo que tenho lido sobre as aves em questão, levantam-me muitas dúvidas e só as compreendo na exacta medida em que as caracterizei. Quando se acasala uma ave de trabalho, deve escolher-se para seu par a melhor ave que possuirmos, pois o objectivo, convêm relembrar, é obter na descendência aves com caracteristicas específicas e importantes que se salientam na ave de trabalho, mas importante, de igual forma é aproximar essas aves do standard. Parece-me que daqui não irão surgir, no imediato, aves de grande qualidade, mas através do acasalamento consanguíneo poderão obter-se essas aves do segundo ano em diante. 

Não tenho dúvidas que estas aves existem e que o termo utilizado para as identificar esteja correcto, desconfio é de alguns criadores que enaltecem o valor destas aves para impingir uma ave de fraca qualidade a um criador menos experiente ou mais desconhecedor da raça em questão. Todos os criadores têm (ou devem ter) no seu plantel aves que fogem ao standard da raça, procurando obter delas certas características que as tornam especiais seja no porte, cabeça, plumagem, lipocromo, etc, caracteristicas essas que, muitas vezes, nem os seus próprios campeões possuem. Contudo, essas aves são mantidas no plantel com um objectivo bem definido e são "manuseadas" em consonância. Adquirir uma ave de trabalho quando se cria apenas com um, dois ou três casais não faz muito sentido e deve ser feito com as cautelas que referi, pois o que muitos pretendem é impingir uma ave de má qualidade, salientando nela uma ou duas caracteristicas procurando valorizá-la.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Visita à Exposição da Associação Ornitológica de Coimbra

No passado sábado fui visitar a exposição da Associação Ornitológica de Coimbra e fiquei bastante agradado com o que observei, especialmente no número de aves da exposição (superou-se a barreira de mil  aves a concurso), na qualidade e limpeza do espaço e na organização do evento. A Direcção da AOC está de parabéns por mais esta bela iniciativa. 
Quanto às aves em si, fiquei surpreendido pelo número e qualidade de algumas raças, especialmente dos amarelos (intensos, nevados e marfins), vermelhos (intensos, nevados e rubinos), glosters e em toda a linha opala. Relativamente às raças que crio, agradaram-me os lizards expostos que de uma forma geral tinham uma qualidade bem acima da média e dos féos. Como contraponto, o facto de algumas aves estarem ainda em fim de muda penalizou um pouco a sua apresentação. 
Foi um bom momento, reencontrando amigos e trocando impressões, sempre úteis, porque com todos (do melhor ao menos bom criador) se vai aprendendo alguma coisa. O que mais me preocupa é o desânimo, quase generalizado, com a crise e as dificuldades cada vez maior em escoar os passarinhos que vão sobrando. Algumas pessoas abandonaram ou vão abandonar e a tendência, quase generalizada, é para reduzir. Infelizmente, o Estado tanto se preocupa em "taxar" as vendas de aves que se esquece do efeito bola de neve, ou seja, quanto menos criadores houver e quanto menos estes criarem, menos receitas vai obter com o Iva das misturas, das papas, dos acessórios, etc, para não falar no que esta redução implica nas fábricas que encerram ou dispensam trabalhadores. O que me parece é que para ganhar uns tostões, o Estado vai deixar de receber bastante mais em Iva, IRC e IRS, para além de ter mais gente no desemprego a quem é preciso pagar subsídios ou abonos. Enfim, politiquice de quem manda mas não vem ao terreno estudar como deve mandar e se vale a pena fazê-lo. 
Apesar de todas estas dificuldades, reitero os meus parabéns a toda a Direcção da AOC e a todos os outros que, directamente ou indirectamente, com ela colaboraram na organização. A todos os criadores participantes, com aves premiadas ou não, também devo relevar a sua importância e os sacrifícios que vão fazendo para manter um hobby que, qualquer dia, não estará ao alcance de todos. 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Entrevista a Osvaldo Sereno

 Tive o prazer de receber a visita de Osvaldo Sereno, criador de aves e fotógrafo, que tirou algumas fotos às minhas aves e a quem concedi uma pequena entrevista para o seu blogue, um dos melhores que conheço (http://www.bloggerbirds.blogspot.pt/).

Aqui fica o link para que possam visualizar: http://www.bloggerbirds.blogspot.pt/2012/10/entre-amigos-com-o-amigo-jose-santos.html

Muito obrigado Osvaldo e continuação do excelente trabalho que tens efectuado.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Listagem das raças de canários de porte e desenho

1- Frisado Parisiense;
2- Frisado Gigante Italiano;
3- Paduano;
4- Mehringer;
5- Frisado do Norte;
6- Fiorino;
7- Frisado do Sul;
8- Gibber Italicus;
9- Giboso Espanhol;
10- Melado Tenerifenho;
11- Bossu Belga;
12- Scotch Fancy;
13- Hoso Japonês;
14- Muniquense;
15- Border;
16- Fife Fancy;
17- Norwich;
18- Yorkshire;
19- Bernês;
20- Llarguet Espanhol;
21- Raça Espanhola;
22- Irish Fancy;
23- Lancashire;
24- Crested;
25- Border;
26- Poupa Alemão;
27- Rheinlander;
28- Arlequim Português;
29- London Fancy;
30- Lizard.

Nota: O canário London Fancy  foi considerado extinto há uns anos, havendo, nesta altura, já alguns exemplares da raça, fruto de um trabalho sério de alguns criadores, especialmente ingleses, no ressurgimento desta bela raça de canários. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Declaração de Rendimentos em sede de IRS do produto da venda das aves

Uma situação que foi passando despercebida às autoridades foi a tributação sobre o produto da venda das aves. Parece que resolveram apertar o cerco e, bem ou mal, só me espanta que não o tenham feito mais cedo. Infelizmente, o mesmo rigor não se aplica a outros sectores de actividade, se é que se pode chamar actividade a um hobby pelo menos para 99% dos criadores, que têm muito mais gastos que tinham de receitas com a venda de meia dúzia de passarinhos, a maioria das vezes trocadas em lojas de animais por material diverso. 


Julgo que não há dúvidas que qualquer rendimento obtido por um cidadão deve constar na sua declaração de rendimentos, vulga declaração de IRS. A inscrição nas finanças, o pagamento de seguro e os respectivos descontos para a segurança social (caso já não o faça por força de outra actividade) são obrigatórias para quem pretende vender as suas aves, independentemente de obter rendimento efectivo da actividade ou não, ou seja, seja a actividade lucrativa ou não. 

Esta actividade não difere de muitas outras que historicamente fizeram e fazem parte da chamada economia paralela. Quem vende ovos, galinhas, vinho do lavrador, etc tem exactamente o mesmo tratamento legal que os ornitólogos, ou seja, tem que se colectar e declarar os rendimentos da actividade. 
Neste momento, muitos criadores estão a confundir os Cites ou a licença para vender exóticos com esta questão fiscal, mas são temas completamente distintos. A exigência de Cites para algumas espécies e a sua obtenção não invalida a obrigatoriedade de declaração dos rendimentos com a venda de exemplares. Igualmente, é irrelevante vender uma ave a dez euros ou mil a cinquenta euros, porque os requisitos são exactamente os mesmos.
Todo e qualquer cidadão pode livremente criar aves, o que não pode é vende-las sem estar legalizado. Todos os criadores sabem que os rendimentos obtidos com a venda de alguns exemplares é insuficiente para fazer face a todas as despesas, fora algumas que não são contabilizadas, como água e luz. Infelizmente, as autoridades começaram a actuar e não têm a noção exacta da realidade. Como as federações nunca se preocuparam com esta questão, os criadores foram vivendo, grosso modo, na clandestinidade, e digo que não se preocuparam porque há muito tempo que deviam ter junto do Ministério da Agricultura, que, salvo melhor opinião, é quem tutela a nossa actividade, proposto um regime de excepção ou, pelo menos, uma forma justa de tributação. Ao que me têm transmitido, estão a efectuar-se diligências nesse sentido, mas, com o devido respeito, acho que este tema já devia estar há muito salvaguardado.
Há uns anos, num jantar de um clube do qual sou associado, este tema foi debatido e, uma das ideias que sugeri, foi a criação de uma taxa suplementar sobre as anilhas, devendo os criadores que não utilizassem as anilhas na totalidade que as entregar ao clube, para posterior envio à federação, solicitando o reembolso da quantia despendida. Hoje, julgo que um sistema idêntico seria o ideal, mas enquanto ele não for aprovado ou "negociado" teremos que nos resignar. 


Pessoalmente, este ano foi péssimo em termos de criação, pelo que não tenho grandes dores de cabeça em relação ao escoamento das aves, porque como em todos os anos uma parte é dada a amigos e conhecidos, que querem um passarinho para cantar ou fêmea para fazer companhia a um macho que está, tristemente, sozinho. Relativamente ao futuro, irei criar com menos casais, encomendar menos anilhas (reduzirei para metade) e reduzir as raças no meu canaril. Para já e porque não possuo aves para venda não me irei colectar e penso que a redução progressiva no n.º de casais evitará a que tenha que recorrer a essa situação. 

Infelizmente, julgo que a ornitologia portuguesa irá sofrer, em termos de resultados, mais este constrangimento. A crise já tinha levado muitos criadores, alguns deles com palmarés assinalável, a desistir e esta medida significará mais uma machadada, com desistência de criadores, redução do número de casais, de raças, etc e as implicações destas situações farão notar-se, em termos de resultados nos próximos Mundiais. Infelizmente, quem faz as leis não pensa que ao tributarem uma actividade que em 99% dos casos não é lucrativa, estão a provocar a desistência e redução do número de criadores o que terá como consequência uma perda de receitas de Iva resultante da venda das sementes, papas e demais materiais e acessórios, bem como a curto prazo e inevitavelmente de mais desemprego. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Magnífico trabalho de Osvaldo Sereno

Aproveitando a visita do amigo Osvaldo Sereno, aqui fica uma fotografia por ele tirada a um casal dos meus lizards. Fêmea dourada (ave da esquerda) e macho prateado (ave da direita). Para quem gosta de aves e fotografia o blog do Osvaldo Sereno é brilhante, bem como a sua paixão pela fotografia e pelas aves.

Obrigado amigo!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Inicio atribulado

O inicio de criação tem sido algo atribulado, de tudo um pouco me tem acontecido, desde muitos ovos goros, fêmeas que não "agarram o choco", fêmeas que abandonam os filhotes, fêmeas que só põe um ovo (e estou a falar também de fêmeas de 2011), etc, etc.
O que acho menos normal no meio de tudo isto é o abandono das crias pelas fêmeas. Estas alimentam-nas bem mas de repente e sem motivo aparente abandonam as crias e começam de imediato a andar com palhas no bico. Para mim, isto só pode ter um significado, as fêmeas detectam que as crias estão doentes e param de as alimentar. Saber qual a doença é mais complicado, mas pode ter uma explicação muito simples, resquicios dos tratamentos de preparação para a criação, ou seja, os antibióticos utilizados nos reprodutores terem afectado as crias, mesmo decorrido o intervalo de segurança entre a sua administração e o inicio de criação.
De qualquer forma não estou minimamente preocupado e já tenho a experiência suficiente para não me alarmar em demasia, pelo menos para já. Um das coisas que evito fazer é passar aves de um ninho para outro (salvo quando as mães não alimentam desde o inicio ou o número for demasiado elevado num ninho e reduzido noutro), porque tentar salvar um canário pode implicar matar dois ou três. Há sempre a tendência para passar um canário sozinho para outro ninho porque os irmãos morreram, mas eu prefiro não o fazer, deixo-o sozinho porque ele pode estar contaminado com qualquer coisa e colocá-lo noutro ninho com crias pode implicar a transmissão a estas e a sua morte.
Nas aves que vingaram gosto bastante de dois féos vermelhos que já saltitam de poleiro em poleiro atrás dos pais. Existe uma certa tendência para dizer que os féos criam mal e que as fêmeas puras são más mães, mas eu constato é que o problema está exactamente no tamanho das crias quando nascem, que são demasiado pequenas. Passados os dois ou três primeiros dias em que devemos ajudar com a tradicional palitada, essas fêmeas alimentam exactamente como as outras.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Casais de Lizard 2012

Casal 1- Fêmea dourada de 2007 que ganhou a Expo-Ave do COBL em 2007. Este ano irá criar com um macho prateado  com calota perfeita de 2011, seu neto.

Casal 2- Macho prateado de 2011 e fêmea dourada de 2007 adquirida ao Sr. Paulo Alegria. Curiosamente, esta fêmea sempre apresentou grandes dificuldades na criação, por motivos diversos, mas o ano passado foi ela a fêmea lizard que tirou mais pássaros. Parece que melhorou com a idade!

Casal 3- Macho prateado de 2011 e fêmea dourada de 2010 que ficou em 2.º lugar na Expo-Ave do COBL. Este casal foi formado com o objectivo de produzir descendência com bom porte. Difilmente irei obter daqui aves de exposição.

Casal 4- Macho prateado de 2010 e fêmea dourada de 2011. Gosto particularmente deste macho que apresenta boas marcações no peito, tendo escolhido uma fêmea com boas marcações nas costas, esperando que, daqui resulte uma descendência globalmente satisfatória.

Casal 5- Macho prateado de 2011, acasalado com uma fêmea dourada de 2010 que ganhou a Expo-ave do COBL.

Casal 6- Macho prateado de 2007, adquirido ao Sr. Paulo Alegria, acasalado com uma fêmea de 2011, sua bisneta.

Casal 7- Macho dourado de 2007 descende de um macho do Sr. Carlos Lima e de uma fêmea do Sr. Paulo Alegria. Este macho teve 87 pontos na exposição organização pela Associação Ornitológica de Coimbra, mas em boa hora o escolhi para o meu rol de reprodutores porque tem originado alguns dos melhores exemplares do meu canaril. A fêmea obteve o 1.º lugar na II Exposição Ibérica em Tondela (2011).

Casal 8- Deposito grandes expectativas neste casal. São ambos de 2011, tendo a fêmea (prateada) obtido o 2.º lugar na II Exposição Ibérica em Tondela. Em minha opinião, o melhor macho dourado e melhor fêmea prateada do ano transacto.

Casal 9- Casal adquirido e escolhido pelo Sr. Paulo Alegria. Obviamente, deposito grande fé na sua descendência.

Casal 10- Macho dourado de 2008 que fez 2.º lugar na Expo-Ave do COBL (na altura concorriam dourados e prateados na mesma classe) e uma fêmea prateada que ganhou exposição do citado clube em 2010.

Casal 11- Casal de dourados, sendo o macho de 2011 e a fêmea de 2010. Há quem condene este acasalamento entre aves intensas e há quem o faça com alguma regularidade, como é o meu caso, tentando obter aquilo que os dourados têm de melhor em relação aos prateados, a qualidade da plumagem

Casal 12- Mais um casal de 2011, sendo a fêmea prateada e o macho dourado. Gosto bastante da oxidação e do porte desta fêmea (infelizmente, a qualidade das imagens não é a melhor), indo cruzar com um macho dourado precisamente descendente de um casal de dourados.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Quase a começar...

Está quase a começar o novo ano de criações. Já estou na recta final dos tratamentos de prevenção e conto começar a acasalar daqui a uns quinze dias. Essa é, para mim, uma das alturas mais importantes da canaricultura, pois temos que compensar os pontos fracos de uma ave com aquela com quem irá formar parelha. Evidentemente os registos são muito importantes e permitem acelarar este processo, porque permitem manter os casais que melhores exemplares forneceram ou, em caso, de morte de algum desses reprodutores, procurar aves geneticamente próximas, preferencialmente, irmãos.  
O esquema de tratamento que segui este ano é praticamente idêntico ao do ano anterior e que já consta no blog, pelo que, será desnecessário repeti-lo.
Quanto aos acasalamentos, já tenho os machos separados e com uma ideia muito provável de quais irão criar e quais ficarão como suplentes. De vez em quando, meto o olho na voadoura e vou obervando as fêmeas que já começam a esburacar os jornais do fundo e a andar com penas no bico... É um sinal que estão prontas a criar, principalmente as reprodutoras mais velhas. Infelizmente para elas ainda terão que esperar mais umas semanitas, desejando apenas que elas não comecem a pôr ovos "à doida". Para já ainda não tive sinal de nenhum ovo posto (o que não quer dizer que não tenha acontecido e deles não haja rasto) e para adiar ao máximo a postura tenho mantido a luz ligada apenas até às vinte horas e fornecido papa apenas uma vez por semana.
Espero que, pelo menos, a época de criação corra quantitativamente tão bem como o ano que agora findou. Se possível com melhor qualidade e que as aves adquiridas ou escolhidas de 2011 para o plantel traduzam ou venham a traduzir numa melhoria significativa do mesmo.