sábado, 10 de novembro de 2012

O cruzamento de lipocromos mosaicos com intensos ou nevados


Este artigo foi escrito pelo Sr. Carlos Lima e publicado no fórum do canariculturatuga. Dado o seu valor e com o consentimento do seu autor, publico aqui o teor do mesmo.

Carlos Lima:
"Resolvi escrever sobre o comportamento genético e a sua selecção do canário mosaico partindo de outras variedades (vermelhos e nevados lipocromos).

Assim o seu comportamento genético e a sua selecção é devido a um factor recessivo e ligado ao sexo.No entanto as regras de transmissão hereditária é dominante em confronto com a categoria selvática (existente na natureza)nevada e recessivo em confronto com a mutação intensa.

Para melhor esclarecer o acima citado o criador quando procede aos acasalamentos,com aves intensas que sejam portadoras do factor mosaico,durante algumas gerações acontece que os resultados obtidos não são positivos(as aves não são de qualidade).

E porquê?

Os genes que se acumulam nos canários intensos persistem em ficar durante alguns anos.O cruzamento do canário mosaico com os canários nevados ´não é aconselhável pois são duas linhas selectivas completamente

antagónicas apresentando máxima uniformidade nas nevados,máximo contraste nos mosaicos.Ao contrário quando acasalamos Nevado X Nevado,estamos confrontados com um efeito degenerativo.

Sendo o canário mosaico homozigoto quando acasalado Mosaico X Nevado,pois obtemos toda uma geração de mosaicos mas de péssima qualidade expositiva.

No entanto se o mosaico é heterozigoto (portador)teremos 50% ded canários nevados de péssima qualidade,apresentam uma forte nevadura visível em várias partes do manto,dorso,faces,colar,flancos e abdómen no entanto permitindo-nos definir a sua categoria

O acasalamento de Mosaico X Intenso/ Nevado é deveras absurdo mesmo que os intensos sejam de óptima qualidade,pois os canários irão apresentar efeitos degenerativos.

Depois desta expl,icação,feita de uma maneira simples assim teremos em síntese:

1-Macho não mosaico X Fêmea Mosaico
-Não temos qualquer ave Mosaica, no entanto os jovens machos terão apenas um factor que denominamos de simples factor mosaico e as fêmeas serão não mosaicas.
2-Machos com simples factor mosaico X Fêmeas não mosaicas
-Metade dos jovens canários machos apresentam o simples factor mosaico ou seja em definitivo 50% de jovens machos e fêmeas não mosaicas.

-50% de machos com simples factor mosaico e fêmeas não mosaicas

-50% de machos com simples factor mosaico e fêmeas mosaicas
3-Machos com simples factor mosaico X Fêmeas mosaico

-jovens machos com simples factor mosaico

-jovens machos com duplo factor mosaico

-jovens fêmeas 1/2 mosaicas e 1/2 não mosaicas

Nota:este cruzamento em contrapartida obtemos uma maior descendência com as características hereditárias do factor mo
4-Machos com duplo factor mosaico X Fêmeas não mosaicas
-jovens machos com simples factor mosaico

-jovens fêmeas mosaicos

5-Machos com duplo factor mosaico X Fêmeas mosaico

-jovens machos com duplo factor mosaico

-jovens fêmeas mosaicas


Assim,o criador deve seguir uma linha de orientação selectiva.

Então quais são as características dos reprodutores para um ponto de partida?

A resposta é simples:

Fêmeas mosaico de óptima qualidade .

As fêmeas representam uma enorme importância na selecção do canário mosaico.Devemos escolher para o nosso plantel com estas característica:

O desenho da cabeça- deve ser constituído por uma estreita e nítida linha ocular bem colorida finamente desenhada e bem visível no prolongamento do olho.

Ombros-As zonas de eleição serão bem marcadas e delimitadas,o lipocromo será intenso e não demasiado estendido, Remiges e rectrizes o mais branco possível.

Uropigio- o lipocromo será intenso e bem delimitado

Peito-deve mostrar uma ligeira coloração,que não deverá em caso algum continuar em direcção à garganta,aos flancos ou ao baixo-ventre

Nota:Na cauda é tolerada uma ligeira coloração.

Os machos devem apresentar:

Desenho da cabeça-uma máscara bem delimitada e o lipocromo intenso

Ombros-As zonas de eleição serão bem marcadas e bem delimitadas,o lipocromo será intenso e não demasiado estendido.As remiges serão o mais branco possível

Uropígio-o lipocromo será intenso e bem delimitado

Peito-deve apresentar uma zona triangular evidente bem colorida e bem separada da máscara e dos flancos

Dorso- É tolerado uma ligeira transpiração do lipocromo

Nota:É excepcionalmente tolerada uma ligeira coloração na cauda

Nos acasalamentos o criador deve trabalhar através de uma linha familiar (plantel próprio)como forma de obter um padrão estável hereditário o melhor possível,isto significa recorrer aos acasalamentos se possivel como abaixo referencio:

FORMAÇÃO DE UM PLANTEL PRÓPRIO

Para o iniciarmos adquirimos pelo menos um macho e três fêmeas

Assim teremos:

Macho simbolo X

Fêmeas A1 B1 e C1

1º Ano

Macho com o símbolo X com as Fêmea A1 -B1-C1

Resultados:

Machos F1- F2 -F3

Fêmeas F1-F2-F3

Machos e fêmeas são pois o ponto de partida para então criarmos três linha completamente distintas.

En cada um dos grupos escolhemos os melhores exemplares sem qualquer defeito e mantemos igualmente as fêmeas (irmãs)que sejam portadoras dos mesmos factores hereditários da côr.

2ª. ANO

Macho MF1 acasalado com as fêmeas F2 e F3 pasamos a denominala LINHA nº.1

Macho MF2 acasalado com as fêmeas F1 e F3 passamos a denominála LINHA nº.2

Macho MF3 acasalado com as fêmeas F1 e F3 passamos a denominala LINHA nº. 3

Resultados:

Obtemos jovens canários (linha nº1 )machos e fêmeas que denominamos MF4 e MF5

Obtemos jovens canários (linha nº.3)machos e fêmeas que denominamos MF6 e MF7

Obtemos jovens canários (linha nª.2)machos e fêmeas que denominamos MF8 e MF9

Fazemos idêntica selecção igual à do primeiro ano ,com a diferença que não se cruzam mais as linhas ,seguindo o esquema a aplicar:

LINHA nº.1

Machos -MF4 X Fêmeas MF5

Machos -MF5 X Fêmeas MF4

LINHA nº.2

Machos MF6 X Fêmeas MF7

Machos MF7 X Fêmeas MF6

Os jovens canários nascidos neste terceiro ano de cruzamentos (MF10 a MF15 dão-nos os resultados pretendidos visto possuirmos as caracteríticas idênticas aos reprodutores utilizados.

Como nota final devo informar que apenas referenciei os acasalamentos para exposição como tal e uma vez que existem duas linhas no factor mosaico(Linha macho e Linha Fêmea)as fêmeas da primeira linha devem ter as caracteristicas da linha fêmea apenas no que diz respeito às marcações da cabeça são diferentes(mascaras se possível semelhantes aos machos sem serem partidas na fronte)

Quanto aos machos da linha fêmea devem possuir as caracteristicas das fêmeas havendo apenas diferenças na mascara que deve ser mais pequena e partida na fronte.

Tentei ser o mais explicito possível e espero que este texto possa melhorar os vossos planteis.

Cumprimentos"

Muito obrigado Sr. Carlos Lima por me ter autorizado a publicação deste seu artigo no meu blogue. O desenvolvimento da canaricultura faz-se também com a troca de informação!



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