segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Para refletir

A Ornilogia Portuguesa tem, em termos associativos, muito a aprender com outras modalidades. Efectivamente, quando comparamos a ornitologia e a sua "irmã" Columbófilia, notamos que estamos muito, mas mesmo muito atrasados. Este atraso deve-se à falta de um quadro competitivo que poderia e devia ser organizado pela Federação, sendo certo que só uma podia existir, acabando-se de uma vez por todas com a aberração hoje existente. Não sei e não quero saber quem tem razão, mas aquilo que posso desinteressadamente constatar é que existem interesses de meia dúzia de senhores para que o poder se encontre tripartido. Se perguntarem aos comuns criadores (que são quem sustenta as federações) todos concordam que a Federação devia ser uma só e se assim não é, algo de muito errado se passa.
A existência de uma Federação única podia, para além de concurso a subsídios estatais, organizar um novo quadro competitivo em Portugal, que podia bem passar por campeonatos distritais (cada clube ou associação do distrito, alternadamente, organizava o seu campeonato), quatro campeonatos internacionais (norte, centro, sul e ilhas) organizados pelo clube ou clubes que a eles se candidatassem e um campeonato nacional. Seriam fixadas regras e períodos para a sua realização. Nas restantes exposições de aves, não haveria julgamentos apenas e só mostra de aves.
A maioria dos clubes e associações vive hoje em dia com o drama de existir pouca disponibilidade dos associados em contribuir/ajudar em toda a logística que uma exposição envolve, pelo que tudo acaba por recair em dois ou três carolas que abdicam de muito em prol do clube que representam. A questão que se coloca é que estes carolas vão-se fartando, chateando, até que mais dia menos dia, acabam por bater com a porta. Este bater com a porta poderá conduzir à extinção de muitos clubes, o que não deixa de ser preocupante, tal a importância que a sua proximidade representa para o criador (em termos de informações diversas, requisição de anilhas, etc). Organizar um campeonato distrital com três ou quatro mil aves é completamente diferente de organizar um campeonato com mil aves, permitindo uma maior adesão de lojistas, patrocinadores, etc, ou seja, gera uma maior receita que viabilizaria a contratação temporária de pessoas para fazer as tarefas que hoje em dia recaem nos tais carolas. Além disso, os criadores seriam premiados como campeões distritais, vice-campeões, etc, o que não deixaria de ser mais relevante que a actual conjuntura, para além, obviamente, de se aumentar a competitividade.
Talvez um dia, as consciências sejam sacudidas e passemos a ter na ornitologia uma modalidade organizada, um pouco à semelhança da Columbófilia.

2 comentários:

Filpe Brito disse...

olá sr. José
Li o seu post e não podia estar mais de acordo.
cumprimentos

José Santos disse...

Boa tarde Sr. Filipe Brito! Infelizmente existem muitos criadores que partilham a mesma opinião, pouco ou nada podendo fazer. Resta-nos os blogs e fóruns para expressarmos as nossas ideias.
Um abraço