segunda-feira, 27 de junho de 2011

Separação das crias

Existem vários métodos utilizados pelos criadores, indo apenas referir os métodos que utilizo e escrevo no plural, porque existem diversas situações e variáveis que nos fazem agir da forma x ou y. Normalmente a separação ocorre por volta dos trinta dias de vida dos canários, mas existem situações em que os canários se tornam independentes por volta dos 26/27 dias e outros casos, mais numerosos segundo a minha experiência, que ocorrem depois dos 30 dias e alguns até bem próximos dos 50. A experiência do criador é fundamental para ter a percepção exacta de quando fazer e como fazer.
Geralmente e como regra coloco uma grade que separe os jovens dos progenitores que vão alimentando a prole e preparando uma nova postura, mantendo o ninho antigo do lado das crias e um novo do lado dos reprodutores. Do lado das crias colocam-se comedouros com alpista simples e sêmola da trigo e, obviamente, o bebedouro, enquanto do lado dos progenitores, continuo com a mistura de sementes e a papa de ovo. A razão de não fornecer papa e mistura aos jovens canários prende-se com a sua apetência inicial e essencial para se alimentarem da papa e das sementes negras, o que lhes provocará problemas de fígado e, em muitos casos, a morte (aparecendo esta morte conotada com a doença da faca, que, todavia, não é uma doença em si mesma, mas sim um sintoma de uma quantidade de doenças, entre elas a do fígado, que conduzem ao emagrecimento das aves, sendo mais notório no peito, que fica aguçado). Assim, os jovens canários continuam a ser alimentados pelos pais e vão aprendendo a depenicar. Após a fêmea ter colocado o último ovo, passo o macho para junto dos jovens (fornecendo agora papa em pequenas quantidades), continuando assim até os irmãos se encontrarem a três/quatro dias da eclosão. Nessa altura, os jovens são retirados da gaiola de criação, tal como a grelha, permanecendo somente o casal na gaiola.
Esta operação ocorre entre a 1.ª e a 2ª postura e entre esta e a 3.ª, porque após a 3.ª postura, das duas uma, ou o macho alimenta os jovens e passo a fêmea para a voadora (permitindo-lhe recuperar o desgaste da época de criação) ou não alimenta e aí fica a fêmea com os jovens, passando o macho para a voadora (sendo que, neste caso, para evitar a picagem da fêmeas aos filhos, coloco a grade). Algumas vezes, mantenho até os dois progenitores com as crias, porque noto que já não alimentam as crias tão assiduamente como nas posturas anteriores (em virtude do desgaste) ou porque o número de crias é elevado (e considero elevado em número superior a três), aumentando a probabilidade da fêmea, na presença do macho, recomeçar na ovulação sendo este um mal menor que até acontece com a fêmea isolada do macho ou na voadora 
De qualquer forma, existem sempre problemas que vão surgindo, aves da mesma ninhada que desenvolvem mais que outras, aves que aprendem a comer mais rápido que outras, aves que saem do ninho mais cedo do que outras, etc. Daí que tenha falado na importância da experiência do criador, permitindo-lhe ter percepções destes factos e tomando medidas adequadas, como por exemplo, passar aves menos desenvolvidas para outra ou outras ninhadas, colocar o ninho junto da grade e do ninho novo entretanto colocado, manter o macho junto das crias mesmo quando a fêmea começa a fazer ninho (colocando-o junto da fêmea só durante algum tempo, sendo que por vezes alguns minutos são suficiente para haver o acasalamento), etc. Se formos notando que os jovens canários continuam atrasados na independência, podemos ir colocando comedouros e até o bebedouro no fundo da gaiola, onde vão com mais frequência depenicar.

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